segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Recados no Espelho

Amor, hoje eu vou ficar em casa
O mundo ta muito perigoso
Mas juro que amanhã eu saio

O sábado está convidativo, Baby
E o dia, ensolarado
Mas meus óculos escuros não escondem minhas olheiras
E a insônia, meus remédios controlados

Não durmo em travesseiro encharcado
E meus dedos calejados
não agüentam mais seu nome meigo no meu caderno
Minha inspiração, meu céu, meu inferno...

Não vou limpar o embaçado do espelho
mesmo com a barba por fazer
Só espero abrir a porta
Pra lembrar o quanto eu amo você
Não desligo o chuveiro
pois não quero cessar o vapor

Vida, eu tô um caco
Não se preocupe com ameaças de suicídio
que são chantagens emocionais

Sinto você ainda aqui
dormindo no meu ombro
Mas deixo os antidepressivos fazerem o trabalho sujo
E só vou usar os que já estão acabando

Fotos, presentes, poemas, emoções
Reviradas recordações
Não me deixam sozinho crer
Que em meio a tanta escuridão ainda acharia você

Não vou limpar o embaçado do espelho
mesmo com a barba por fazer
Só espero abrir a porta
Pra lembrar o quanto eu amo você
Eu vou me olhar no espelho
E procurar de onde vem minha esperança

Baby, não se assuste com chantagens emocionais
Nem com a nota de óbito que leia amanhã nos jornais

"Todo mundo é parecido
Quando sente dor"

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